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O Poliovírus também é causador de outras doenças, por isso a Secretaria de Saúde do Pará investiga, agora, se o menino desenvolveu a poliomielite. Se confirmado, esse será o primeiro caso positivo da doença no país desde 1989.
Em 1994, o Brasil recebeu o certificado de erradicação pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS). Porém, desde 2015 os índices de vacinação contra a polio ficam abaixo de 95%, com isso, neste ano, a Opas incluiu o Brasil na lista de territórios com alto risco de reintrodução da doença.
Mesmo com a intensificação da campanha de vacinação, o índice de crianças imunizadas contra o vírus em 2022 está em 69%, um dos piores desde o início da aplicação da vacina no país.
O caso
Conforme relatado pela secretaria de Saúde do Pará, a criança de três anos apresentou febre, mialgia (dor de cabeça) e quadro de PFA com comprometimento e redução motora nos membros inferiores no dia 21 de agosto.
Após um dos responsáveis pela criança ir a uma unidade de Saúde e informar sobre o caso, uma coleta de fezes foi realizada no dia 16 de setembro. O material foi encaminhado ao Laboratório do Instituto Evandro Chagas, órgão vinculado à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (MS).
Informações preliminares dão conta de a criança estaria com a imunização incompleta contra a doença. Conforme o Programação Nacional de Imunizações (PNI), as doses contra a poliomielite devem ser aplicados das seguintes formas, de acordo com a idade:
Vacina Poliomielite inativada (VIP)
Dose – 0,5 ml via intramuscularEsquema previsto – Três doses (aos 2, 4 e 6 meses)
Vacina Poliomielite atenuada (VOP)
Dose – Duas gotas, por via oral e em gotinhaEsquema – Reforço aplicado aos 15 meses de idade e aos 4 anos
Transmissão e sequelas
Conhecida por causar a paralisia infantil, a transmissão da poliomielite pode ocorrer por gotículas ao tossir, espirrar ou falar, assim como na ingestão de alimentos ou água contaminados com fezes de pessoas infectadas. Em mais de 90% dos casos, a infecção não é visível e o período de incubação pode levar de sete a até 30 dias.
– Os sintomas mais frequentes são febre, mal-estar, dor de cabeça e dor de garganta. Se a criança já estiver falando, consegue dizer se está doendo para deglutir. Ela também pode sentir dor no corpo, ter vômito, diarreia e, em alguns casos estudados, pode apresentar o oposto, como constipação. Geralmente essas crianças apresentam rigidez de nuca e não conseguem flexionar o pescoço para a frente. Na forma mais grave da doença ocorre flacidez muscular e elas acabam perdendo os movimentos dos membros inferiores – explica a doutora em Enfermagem e professora da Universidade Franciscana (UFN) Regina Santini Costenaro.